O que é colite ulcerativa? Você pode estar sofrendo!

Dor abdominal, diarreia, sangramento retal, mas, além das manifestações intestinais, a colite ulcerativa pode repercutir no corpo inteiro.

Embora os sintomas não sejam específicos, a melhora nos diagnósticos fez com que a incidência das doenças inflamatórias intestinais (DII) venham crescendo em todo mundo. A razão deste aumento também se deve a perda da saúde intestinal causada, em geral, pela má alimentação e acúmulo de toxinas.

A saúde e a doença começam pelo intestino. Dessa forma, a perda da saúde intestinal resulta em diversas doenças.

A principal moléstia que acomete os intestinos são as doenças inflamatórias intestinais (DII). As quais incluem a Colite Ulcerativa e a Doença de Crohn.

A Doença de Crohn é assunto para outro post, hoje vamos detalhar a Colite ulcerativa, muitas vezes também chamada de retocolite ulcerativa.

O que é a colite ulcerativa?

A colite ulcerativa é uma doença inflamatória crônica que acomete o intestino grosso (cólon e reto). Ela é caracterizada pela inflamação da camada mais superficial do cólon, causando úlceras, por isso o nome colite ulcerosa. Essas lesões são contínuas em toda a parte em que se manifesta.

Os sintomas da retocolite ulcerativa são semelhantes a outras doenças intestinais, de modo que dependem da extensão da inflamação. Dentro dos sintomas mais comuns se incluem: crises de diarreia com muco e sangue, cólicas abdominais e febre.

Para a dimensão da gravidade do caso se leva em consideração a região comprometida e as características das lesões.

De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, a colite ulcerativa é classificada como:

Pancolite: quando a doença que se estende por todo o cólon, podendo inclusive afetar a parte final do íleo terminal;
Colite esquerda: quando afeta apenas o lado esquerdo (cólon descendente);
Proctossigmoidite: quando afeta até a porção média do sigmoide;
Proctite: quando afeta somente o reto.

Nesse último caso, a retocolite ulcerativa costuma se manifestar por prisão de ventre com sangramento, característica que muitas vezes pode ser confundida com hemorroida pelo paciente.

Porém, em cerca de 40% dos pacientes, os sinais e sintomas da colite ulcerativa não se restringem ao intestino. Nesses casos são comuns as chamadas manifestações extraintestinais, as quais falaremos melhor ao longo do texto.

Sinais e sintomas

Bianca Enricone - O que é colite ulcerativa - Detox Kriyá - Foto Divulgação — Bianca Enricone – O que é colite ulcerativa – Detox Kriyá – Foto Divulgação

A colite ulcerativa é uma doença crônica que atinge igualmente, homens e mulheres, podendo iniciar em qualquer idade, porém, o pico de incidência costuma ocorrer entre os 20 e 40 anos.

De curso irregular, a colite se caracteriza por períodos sintomáticos intensos com outros de remissão com pouco ou nenhum sintoma.

Os principais sintomas são diarreia sanguinolenta acompanhada de cólicas. As crises de diarreia são persistentes, ocorrendo durante o dia e a noite. Nos casos mais extensos, a diarreia muitas vezes é acompanhada de muco e pus.

Após as refeições, é comum ter a vontade de evacuar, com a sensação de ainda não ter eliminado as fezes, mesmo após as evacuações. Fissuras anais e abscessos retais também são comuns.

Durante a fase aguda da doença pode-se verificar também febre, anemia, emagrecimento, dores articulares e outras manifestações extraintestinais.

Como é feito o diagnóstico da colite ulcerativa?

O diagnóstico da retocolite ulcerativa é feito através da avaliação da história clínica do paciente, juntamente com exame das fezes, exames de imagem como, por exemplo, retossigmoidoscopia, colonoscopia e achados histopatológicos. Dessa forma, pode-se excluir outras causas.

Inegavelmente, alguns exames de sangue também podem ser úteis para o diagnóstico, como, por exemplo, hemograma completo, proteína C-reativa (PCR), velocidade de hemossedimentação (VHS), marcador sorológico ANCA.

Veja mais sobre o diagnóstico, tratamento e prognóstico da colite ulcerativa AQUI:

Conforme falamos anteriormente, para avaliar a gravidade da doença, se leva em consideração a extensão da inflamação, assim como as características das lesões e os sintomas apresentados.

O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas classifica a colite ulcerativa pelos critérios estabelecidos por Truelove e Witts em três categorias:

Leve: menos de 3 evacuações por dia, com ou sem sangue, sem comprometimento sistêmico e com velocidade de sedimentação globular normal;
Moderada: mais de 4 evacuações por dia com mínimo comprometimento sistêmico;
Grave: mais de 6 evacuações por dia com sangue e com evidência de comprometimentos sistêmicos, como febre, taquicardia, anemia e velocidade de sedimentação globular acima de 30.

O que causa a colite ulcerativa?

A causa exata da colite ulcerativa é desconhecida, porém, fatores genéticos, autoimunes e ambientais parecem estar envolvidos no seu aparecimento.

Embora não é uma doença genética, a colite ulcerativa tem certa pré-disposição genética, uma vez que cerca de 10% dos pacientes possuem outro familiar com a mesma doença.

Os sintomas da doença podem ser agravados por fatores ambientais tais como hábitos alimentares, estilo de vida e fatores psicológicos, como, por exemplo o stress, que podem desencadear ou agravar as crises.

A relação entre as doenças intestinais e os aspectos mentais não é nova. Já falamos da relação entre o cérebro e o intestino e de como o estado emocional afeta na dinâmica da doença.

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A colite ulcerativa e suas complicações

A retocolite ulcerativa pode, em alguns casos, evoluir para quadros mais graves, como hemorragia, colite fulminante e câncer de cólon.

A hemorragia é a complicação mais frequente e, como resultado, geralmente causa anemia. Em casos mais raros, pode até ser necessária a internação hospitalar.

Cerca de 10% dos pacientes com colite ulcerativa podem desenvolver colite fulminante, ou seja, um ataque progressivo com hemorragia intensa, dessa maneira, pode inclusive haver perfuração do cólon e danos aos nervos e músculos da parede intestinal.

De fato, após cerca de 7 a 10 anos do aparecimento da colite ulcerativa, há um risco maior de desenvolvimento de câncer de cólon em pacientes com colite extensa.

Dados mostraram que cerca de 7 a 10% dos pacientes desenvolvem câncer após 20 anos de doença, e 30% após 35 anos de doença. Por isso, se recomenda o rastreamento periódico a cada um ou dois anos.

São comuns na retocolite ulcerativa as manifestações extra intestinais em órgãos como nas articulações, na pele e mais raramente nas vias biliares, no fígado e nos olhos.

Dentre as manifestações extra intestinais, os sintomas articulares constituem a manifestação mais frequente. Esses danos articulares podem ser mediados por imunocomplexos, cujos antígenos seriam absorvidos pelo intestino. Nesse sentido a nutrição celular é um aliado importante para equlibrar e anular esses efeitos inflamatórios sejam provenientes da má alimentação, do stress o propriamente do estilo de vida.

Para saber mais sobre as Manifestações Articulares em Pacientes com Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn veja AQUI.

Colite x Doença de Crohn

A retocolite ulcerativa e a doença de Crohn são as duas principais doenças inflamatórias intestinais e, apesar de terem sintomas semelhantes, são duas doenças distintas.

Diferentemente da Doença de Crohn que pode afetar qualquer ponto do trato digestivo, a colite ulcerativa afeta apenas o cólon e o reto. Outra diferença são as camadas intestinais atacadas e a continuidade da lesão.

Enquanto a Doença de Crohn ataca todas as camadas da parede do intestino e pode haver áreas de intestino normal entre as áreas de intestino inflamadas, na colite ulcerativa a inflamação é contínua, sem nenhuma área poupada e atinge somente a camada mais superficial do cólon.

Devido ao seu nome, a colite ulcerativa pode ainda ser confundida com a síndrome do cólon irritável. Porém, tanto a colite ulcerativa quanto a doença de Crohn não apresentam nenhuma relação com a síndrome do cólon irritável, que é um distúrbio de motilidade do trato gastrointestinal e não uma inflamação.

Manter a saúde intestino é sempre o melhor remédio

Como vimos em posts anteriores, para se viver bem, devemos investir na saúde do intestino. Para isso, mantê-lo limpo e saudável é imprescindível.

A melhor forma de prevenção tanto para a colite ulcerativa, quanto para outras doenças intestinais é manter-se emocionalmente equilibrado, aliar uma alimentação saudável com nutrição celular e a limpeza do organismo com o Programa de Detox Kriyá.